Secretariado Diocesano das Missões - O que é ?
“Do Antuã ao Ave / E do Mar ao Marão,
A diocese inteira / Renova-se em missão”.
Hino, Missão diocesana 2010
Dia 30 de Novembro de 2019, passam 10 anos que a Igreja elaborou o primeiro
documento papal, de modo sistemático, expressamente sobre a Missão. O Papa Bento XV,
publica a Maximum Illud, Carta Apostólica, com data de 30 Novembro 1919. Para assinalar tão
importante efeméride, o Papa Francisco, anunciou um mês especial para marcar este feliz
centenário. Anunciou-o a 03 de Junho 2017, na Assembleia das Obras Missionárias Pontifícias e
apontou ou objectivos. E no dia 22 de Outubro 2017 – Dia Mundial das Missões – publicou Carta
ao Prefeito da Congregação para a Evangelização dos Povos, proclamando
«Outubro de 2019 como Mês Missionário Extraordinário, com o objectivo de despertar
em medida maior a consciência da missio ad gentes e retomar com novo impulso a transformação
missionária da vida e da pastoral. Poder-nos-emos preparar convenientemente para ele já através
do mês missionário de Outubro do próximo ano (2018), de modo que todos os fiéis tenham
verdadeiramente a peito o anúncio do Evangelho e a transformação das suas comunidades em
realidades missionárias e evangelizadoras; e aumente o amor pela missão, que “é uma paixão por
Jesus e, simultaneamente, uma paixão pelo seu povo”».
Nesta hora, o horizonte do nosso Secretariado Diocesano das Missões (SDM) fica acrescido
com esta meta e motivação, como nas restantes dioceses. Como todos os Secretariados
diocesanos, depende e prolonga directamente a acção e orientação do Bispo com os seus Órgãos
Colegiais, em comunhão e busca de sinergias e convergência com os outros Secretariados
diocesanos, Movimentos e Obras diocesanas, os Professores de Educação Moral e Religiosa
Católica, as Instituições Educativas na Diocese, desde a Universidade Católica, Centro de Cultura
Católica até às Escolas Católicas. Especial cooperação se espera também de todas as Instituições
de Caridade na diocese, como Vanguarda
No Plano Diocesano do Porto vivemos este tempo (2015-2020) com este belo slogan: A
ALEGRIA DO EVANGELHO É A NOSSA MISSÃO. E o próximo Ano Pastoral tem como leitmotiv:
Todos Discípulos Missionários, bem ao jeito do Papa Francisco, marca indelével do nosso querido
D. António. Este Ano Missionário no Porto, será ocasião e motivação para uma conscientização
missionária integral e global. Comecemos já.
Fundamentos e razões do SDM
«Como Eu vos fiz, fazei vós também – Para um rosto missionário da Igreja em Portugal»
(CEP, 17 de Junho de 2010) é o Documento chave para inspirar, animar, formar e estruturar as
Igrejas diocesanas como “comunidades em missão, ad intra e ad extra”, portanto o vademecum
deste SDM. A Missão diocesana dois mil e dez, como experiência dinamizadora de toda a Diocese,
em extensão e profundidade é referencial. Mas são-no sobretudo a imensa doutrina e o estilo
ousado e missionário do nosso querido D. António Francisco dos Santos, que há-de orientar e
dinamizar o SDM, segundo o modo do Papa Francisco, pelo amor, na caridade.
No referido Documento “Como Eu vos fiz…” constata-se que também a Europa como
espaço da «missão ad gentes» faz evoluir o antigo quadro de terras cristãs e terras de missão
para uma nova inter-eclesialidade missionária, onde todos somos chamados a viver e a
transmitir, com ardor sempre original, os dinamismos que o encontro com o Ressuscitado e
Senhor da História em nós desperta. Isto é, já não há Missão ad Intra e ad Extra, ou ad Gentes,
mas INTER-GENTES, onde todos precisamos ser evangelizados e evangelizadores. Daqui o slogan
Todos, sempre, missionários e em toda a parte. Ou sintética e lapidarmente, como consta no
Plano diocesano (2018-2019): Todos discípulos missionários.
«Dado o crescente pluralismo cultural e religioso, aliado a uma onda de secularização e individualismo e a um crescente relativismo e indiferença, já não são os campanários
das igrejas
que marcam o ritmo da vida das pessoas. O Evangelho de Jesus Cristo
é cada vez menos
conhecido. E para uma parte significativa daqueles que dizem conhecê-lo,
é notório que já perdeu
muito do seu encanto e significado. Este cenário é preocupante
e pede, com urgência, à Igreja
presente na cidade dos homens uma nova cultura de
evangelização, que vá muito para além de
uma simples pastoral de manutenção»
(Como Eu vos fiz, 3).
Urge portanto não apenas uma Pastoral missionária, mas toda a Pastoral missionária
e
em saída, em sentido transversal e permanente.
Novos desafios, novos métodos – na evangelização de sempre
Como ensinava o Papa Bento XVI
“não é uma ideia, ainda que seja grande a ideia, que leva alguém a fazer-se cristão, mas
um encontro decisivo com a Pessoa de Cristo. […] [Hoje] a Missão não se baseia em ideias nem
em territórios (não parte de territórios nem se dirige a territórios), mas «parte do coração» e
dirige-se ao coração, uma vez que são «os corações os verdadeiros destinatários da actividade
missionária do Povo de Deus». Neste contexto novo, alargam-se os horizontes da missão ad
gentes a todas as latitudes, mas é forçoso reconhecer também que é necessário lançar mão de
novos métodos (Ibidem, 4).
Se esta é tarefa e missão de toda a Igreja, caberá ao SDM despertar e promover esta
consciência, de modo humilde, enraizado e crescente, por capilaridade, envolvendo todas as
Instâncias do Corpo eclesial: desde a Infância, aos Anciãos, Doentes ou Reclusos, Seminários,
Institutos Religiosos ad Gentes ou não, Contemplativos, Juventude e Família.
Evangelização – o primeiro e o melhor serviço
«O que me anima mais a proclamar a urgência da evangelização missionária é que ela
constitui o primeiro serviço que a Igreja pode prestar ao homem e à humanidade inteira, no
mundo de hoje, que, apesar de conhecer realizações maravilhosas, parece ter perdido o sentido
último das coisas e da sua própria existência». Neste contexto, a proclamação da Boa Nova a todos
os povos e em todas as culturas continua a ser o melhor serviço que a Igreja pode prestar às
pessoas» (Ibidem, 9).
«Compete a cada cristão fazer com que o Evangelho de Jesus Cristo se possa tornar lugar
de encontro, feito de fascínio e de espanto, com o mistério da pessoa e da obra de Jesus Cristo
que, mesmo sobre a Cruz, manifesta plenamente a beleza e a força do amor de Deus, como canta
Santo Agostinho: «belo a dar a vida e belo a retomá-la; belo na Cruz, belo no sepulcro, belo no
céu» (Ibidem, 10).
Evangelização total – evangelizados, evangelizadores
“Não nos podemos mais contentar em evangelizar alguém apenas até um certo ponto. É
imperioso e urgente sentir e viver a necessidade de evangelizar o outro até que ele sinta a
necessidade de se transformar ele próprio em evangelizador. Chegou o tempo de se «oferecer a
todos os fiéis uma iniciação cristã exigente e atractiva, comunicadora da integridade da fé e da
espiritualidade radicada no Evangelho, formadora de agentes livres no meio da vida pública».
Então sim, evangelizar será a nossa maneira de ser, porque é a nossa identidade mais profunda,
graça e vocação recebidas, vividas, correspondidas. Paulo VI assentou bem estes fundamentos e
lembrou-nos que «a Igreja existe para Evangelizar», e a Congregação para o Clero explicita que
«[a Igreja] existe mesmo só para esta tarefa». São luminosas as palavras de João Paulo II: «A
missão renova a Igreja, revigora a sua fé e identidade, dá-lhe novo entusiasmo e novas
motivações. A fé fortalece-se, dando-a». E o Papa Bento XVI acaba de recordar «às Igrejas antigas
como às de recente fundação» que «a missão ad gentes deve ser a prioridade dos seus planos
pastorais». Não é uma perca, mas um enriquecimento para a pastoral, uma ajuda às comunidades
em ordem à conversão de objectivos, métodos, organização e em responder com confiança ao
mal-estar que muitas vezes se experimenta» (Ibidem, 12).
A diocese – Igreja local – sujeito primeiro da missão
«A Comunidade local não deve ocupar-se apenas dos seus próprios fiéis; deve ter espírito
missionário e abrir o caminho a todos os homens para Cristo”(Presbyterorum Ordinis, 6). Aqui o
Bispo, através dos seus cooperadores e órgãos designados, acolhe, potencia e dinamiza todos os
carismas que crescem e dinamizam a Diocese. «A missão está no âmago da Igreja, coresponsabiliza todos os seus membros, e não pode ser delegada apenas em alguns»(Como Eu vos
fiz…, 16). O SDM é chamado a formar e indicar caminhos de unidade entre toda a Igreja diocesana
- os Institutos Missionários ad Gentes, todos os Carismas, Movimentos e Obras – pois
“não há missão eficaz sem um estilo de comunhão. É, portanto, urgente que a Igreja local
se organize numa vasta rede de ministérios em verdadeira comunhão, uma vez que «a comunhão
e a missão estão profundamente ligadas entre si[…]: a comunhão é missionária e a missão é para
a comunhão”»(Ibidem).
«Cada uma das Igrejas leva em si a solicitude por todas as outras». E o Bispo é
«consagrado não só em benefício de uma diocese, mas para salvação de todo o mundo». «Ao
suscitar, promover e dirigir a obra missionária», o Bispo, através dos seus Órgãos executivos,
«torna presentes e como que palpáveis o espírito e o ardor missionário do Povo de Deus, de
maneira que toda a diocese se torna missionária» (Lumen Gentium, 23). Cada Igreja particular é
responsável de toda a missão. E mesmo cada cristão, em virtude do baptismo, é chamado a
exercitá-la toda de algum modo. «Bento XVI, na sua Mensagem para o Dia Missionário Mundial
de 2008 (19 de Outubro), não deixa de lembrar aos Bispos que o “seu compromisso consiste em
tornar missionária toda a comunidade diocesana”»(Como Eu vos fiz…, 17).
SDM – Serviço diocesano para Institutos, Vigararias e Paróquias
«Com a Igreja local a assumir-se como sujeito primeiro da missão, os Institutos
Missionários não passam para a margem, mas continuam bem no centro, assumindo o seu
compromisso missionário ad vitam como um dom que pertence a toda a Igreja, e, concretamente
à Igreja particular em que professam, celebram e vivem a sua fé. […] ”Imenso dom, doações
radicais e totais, paradigma do compromisso missionário da Igreja”. […]” Sintam-se parte viva da
comunidade eclesial e trabalhem em comunhão com ela”. […] [E, por sua vez,] os Institutos
Missionários, bem inseridos no coração das Igrejas locais, devem contribuir para fazer chegar a
animação missionária às estruturas fundamentais do povo de Deus, que são as dioceses e paróquias[:] […] “inserir a animação missionária como elemento fulcral na pastoral ordinária das
dioceses e paróquias, das associações e grupos, especialmente juvenis”»(Ibidem, 18).
Em comunhão com todas as Igrejas e a Comissão Episcopal das Missões,
em sintonia com a Congregação para a Evangelização dos Povos
É missão do SDM, sob orientação do Bispo e segundo o Plano diocesano, promover e
provocar a animação missionária de toda a diocese. O SDM sabe que a animação missionária
frutifica na cooperação missionária, nas iniciativas práticas e actividades da cooperação
missionária numa comunhão e coordenação transversal e vertical. O Sumo Pontífice, pela
Congregação para a Evangelização dos Povos, orienta as Igrejas locais, quer a nível nacional,
através das Comissões Episcopais das Missões, quer a nível diocesano, na pessoa do próprio
Bispo. Tarefas semelhantes delegará o Bispo no SDM. «A Congregação para a Evangelização dos
Povos serve-se especialmente das quatro Obras Missionárias Pontifícias(OMP): Propagação da
Fé; Infância Missionária; São Pedro Apóstolo e a União Missionária»(Ibidem, 18). O Director do
SDM é por inerência o Representante diocesano das OMP e representa a Diocese nas Reuniões
de todos os Organismos Diocesanos para as Missões, tendo lugar permanente no Conselho
Diocesano de Pastoral.
«[Para o SDM] devem convergir todas as forças missionárias a operar na Diocese,
integrando sacerdotes, religiosos, religiosas e leigos. […] [O SDM] deverá ser o principal Centro
propulsor da consciência e do empenho missionário da Igreja Diocesana, ajudando-a a viver a sua
identidade missionária no anúncio do Evangelho a todas as pessoas, em toda a parte. Saberá
interagir com os outros organismos pastorais da Diocese em ordem a imprimir uma dinâmica
missionária
a toda a actividade diocesana. Dará a conhecer e estimulará a participação nas
iniciativas missionárias já em curso,
assegurará o mais fecundo relacionamento entre a
comunidade local e os seus missionários e velará pela boa implantação
das OMP no espaço
diocesano»(Ibidem, 21)
Modo operativo do SDM
Para «tornar missionária toda a Comunidade diocesana», o SDM foi constituído,
abençoado e
enviado pelo Sr. D. António Francisco dos Santos, no passado dia 24 de Outubro
2016, na Sé, na Vigília Missionária diocesana. Actualmente é formado por dez pessoas: director,
três leigos, duas religiosas e quatro padres missionários. Participa, como convidado, nos ANIMAG
– Zona 2 (Animadores Missionários Ad Gentes). Fazem parte integrante do SDM, como avançados
no terreno, os assessores vicariais. Nas 22 Vigararias, temos um Assessor – presbítero, religiosa,
diácono ou leigo – para trabalhar com uma Equipa Vicarial das Missões. Temos já nalgumas
vigararias uma Equipa, com leigos, religiosos e os Grupos missionários a ensaiar um caminho de
efectivação do Plano diocesano nas próprias comunidades paroquiais. O documento da CEP
Como Eu vos fiz… propõe um Centro Missionário Diocesano – no nosso caso é Secretariado – em
cada Igreja diocesana como espaço e experiência de missão e comunhão entre todos,
nomeadamente os Institutos Missionários e Religiosos. E ainda os Grupos Missionários
Paroquiais (GMP), verdadeiras células paroquiais de evangelização, laboratórios missionários em
consonância com as OMP e os Centros Diocesanos, numa síntese vital da Igreja e da missão local
e universal. Os GMP são o final das dinâmicas do SDM. Há já algumas Equipas Vicariais das
Missões e GMP a germinar e crescer nas 22 vigararias e 477 paróquias, mas são ainda uma
miragem.
Os Seminários diocesanos – formação e missão privilegiada
É evidente que «a dimensão missionária está especial e intimamente ligada à vocação
sacerdotal»(Bento XVI). Procura o SDM manter estreita ligação com os Seminários diocesanos e
os formandos dos Institutos na Diocese do Porto. «A ideia de fundo é que os Seminários possam
formar discípulos missionários “enamorados” do Mestre, pastores “com o cheiro das
ovelhas”»(Ratio Fundamentalis, 8.12.2016, introdução)
A presença e contacto do SDM com os Seminários e a participação que estes têm no Programa
das Missões diocesanas, pretende realizar as quatro características do perfil actual da formação
dos Pastores: «unitária, integral, comunitária e missionária» (cf. Ibidem). Cientes de que os
Presbíteros são chamados a cultivar o espírito missionário (cf. Ibidem, 33). A formação integral
dos Seminaristas terá uma profunda marca e preocupação missionária: «O propósito do
acompanhamento pessoal é aquele de levar a cabo o discernimento vocacional e formar o
discípulo missionário» (Ibidem, 44). E todo o número 91 da Ratio traduz a preocupação da
Igreja na formação e zelo missionário dos futuros pastores: «Este impulso missionário diz
respeito a todos, mas de modo especial, àqueles que são chamados ao ministério sacerdotal,
como fim e horizonte de toda a formação. A missão revela-se como um outro fio condutor que
une» (Ibidem, 91) as diversas dimensões da formação presbiteral.
A Infância Missionária – a grande prioridade das OMP
«Neste domínio, as crianças e os jovens, quando devidamente preparados e estimulados,
parecem particularmente aptos para criar relações de simpatia e de acolhimento, de modo a
saberem dar o Evangelho juntamente com a sua própria vida (cf. 1 Ts 2,8), estabelecendo relações
significativas com as pessoas que frequentam a Igreja, com as que estão “à porta”, e também no
caminho ou na estrada. Neste sentido, as crianças e os jovens podem tornar-se os mais eficazes
evangelizadores das crianças e dos jovens, mas também dos adultos e idosos, dado o seu interesse
pelos
outros e por tudo o que é novo. Dizia Bento XVI: “Jovens amigos, testemunhai a alegria
desta presença de
Jesus Cristo, forte e suave, a todos, a começar pelos da vossa idade. Dizei-lhes
que é belo ser amigo de Jesus e que vale a pena segui-l’O”».
«Crianças evangelizam Crianças», com o lema: «De todos os Meninos do Mundo – sempre
Amigos, pois como Jesus e Maria – Missionários todo o Dia». O SDM tem cooperado com o
Secretariado Diocesano da Educação Cristã, na divulgação e dinamização da Infância Missionária
em todas as Catequeses da Igreja do Porto. Sobretudo no Advento, com a campanha e o
mealheiro e a celebração do Dia Mundial da Infância Missionária (IM) – Domingo da Epifania. O
Crisma é uma oportunidade especial para os crismandos serem familiarizados com o mandato
missionário da Igreja, e para lhes serem confiadas tarefas missionárias que sejam capazes de
assumir. A IM visa ajudar as crianças a despertar a sua consciência missionária e apoiar, com uma
ação pedagógica específica a sua abertura à caridade e à solidariedade cristãs: «Eu vos louvo, ó
Pai, Senhor do céu e da terra, porque escondeste estas coisas aos sábios e aos inteligentes, e as
revelastes aos pequeninos» (Lc 10,21). Conhecer e experimentar na “Escola com Jesus”, a
evidência de uma vida jubilosa com Jesus, seu Irmão. As crianças rezam e comprometem-se a
fazer com que todas as crianças do mundo também O conheçam e amem: «Deixai vir a mim as
criancinhas e não as impeçais» (Mc 18, 16). As crianças amam as crianças. A paróquia, a escola e
a família estão interligadas mediante um programa pedagógico-catequético na formação das
suas crianças. Elas são levados a abrir gradualmente a sua mente às dimensões do mundo e a
orientar o afecto do seu coração à doação do que lhes é supérfluo, destinando-o aos mais
necessitados. As crianças ajudam crianças. A IM propõe para as crianças, como ideal de vida, por amor de Jesus e a fim de O imitar, a vocação à Missão que salva as crianças, fazendo delas filhos
de Deus, para um dia se tornarem homens completos. As crianças tornam-se missionárias. Os
Pastorinhos de Fátima são o modelo.
Vanguarda Missionária – força dos que vão primeiro, mais longe e mais alto
Desde a primeira hora lançou o SDM a Vanguarda Missionária, cientes de que “sem Mim nada
podeis fazer” (Jo 15, 5). E porque os irmãos que se oferecem em oblação – irmãs que foram
grandes missionárias, sacerdotes, leigos, os irmãos reclusos ou contemplativos – são sujeitos
activos, primeiros protagonistas da missão. Como Maria, permitem que Deus faça por eles
grandes coisas. Tem o SDM uma Ficha em que se inscrevem com o seu compromisso e entregam
cópia do destacável para arquivo. A Vanguarda Missionária é das coisas mais belas e promissoras
que o SDM promove. Vanguarda é a parte do exército que vai à frente, o contraponto da
retaguarda. Os que abrem caminho, enfrentam e derrotam os maiores e primeiros obstáculos.
Ser Vanguarda Missionária está antes e é mais importante que o fazer. Orar e oferecer-se ao Pai
precede todo o envio e missão. Diz o Mestre: «A seara é grande e os trabalhadores são poucos.
Pedi, pois, ao Dono da seara que mande trabalhadores para a sua seara. Ide! Eu vos envio…» (Lc
10, 2-3). Perante a imensidão da Missão e o nosso limite e incapacidade, o que fazer? Não é fazer,
mas Ser: Pedir, rezar ao Pai. Eis a primeira Missão – Vanguarda. Jesus costumava enviar os
discípulos, dois a dois a sua frente às terras aonde Ele próprio havia de ir (cf. Lc 10, 1). Vai à frente
quem realiza a Primeira Actividade da Missão: «Pedir ao Pai...». Vai à frente quem é de confiança
e garantia de começo para êxito garantido. Todos sabemos bem da catequese e da dinâmica
evangelizadora e missionária: «Antes de falares às pessoas de Jesus – vai a Jesus falar das
pessoas». A necessidade de Vanguarda Missionária. Oferecer-se a si mesmo. Integra todos os
que desejem oferecer-se em oblação ao Senhor, oferecer as suas vidas tal qual. E todos somos
chamados:
«Peço-vos, irmãos, pela misericórdia de Deus, que vos ofereçais a vós mesmos como sacrifício
vivo, santo, agradável a Deus, como culto espiritual. Não vos conformeis com este mundo, mas
transformai-vos, pela renovação espiritual da vossa mente, para saberdes discernir, segundo a
vontade de Deus, o que é bom, o que Lhe é agradável, o que é perfeito» (Rm 12, 1-2).
Assim vemos que a Missão começa sempre dentro de cada um e de dentro para fora. Do ser
para o fazer, do amar para o dar(-se). Mas há uma falange que vive esta oblação de modo
especial, permanente, total – os irmãos mais frágeis: os doentes, anciãos, reclusos, sozinhos,
missionários idosos, doentes e menos válidos com todos os irmãos contemplativos. Os doentes
tornam-se também missionários. Estes “pequeninos” são a riqueza da Igreja, Corpo de Cristo.
«Agora, alegro-me nos sofrimentos que suporto por vós e completo na minha carne o que
falta às tribulações de Cristo, pelo seu Corpo, que é a Igreja. Foi dela que eu me tornei servidor,
segundo a missão que Deus me confiou para vosso benefício: levar à plena realização a Palavra
de Deus» (Col 1, 24-25).
S. João Paulo II, um dos maiores missionários da Igreja, exorta com sagaz profundidade, na
Redemptoris Missio:
«São Paulo, nas suas Cartas, pede tantas vezes aos fiéis que rezem por ele, para que lhe
seja concedido anunciar o Evangelho com confiança e coragem.
À oração deve-se juntar o sacrifício: o valor salvífico de qualquer sofrimento, aceite e
oferecido a Deus por amor, brota do sacrifício de Cristo, que chama os membros do Seu Corpo
místico a associarem-se aos seus padecimentos, a completá-los na sua própria carne (cf. Col l, 24).
O sacrifício do missionário deve ser partilhado e apoiado pelo dos fiéis. Por isso, àqueles que desempenham o seu ministério pastoral junto dos doentes, recomendo que estes sejam
instruídos sobre o valor do sofrimento, encorajando-os a oferecê-lo a Deus pelos missionários.
Com esta oferta, os doentes tornam-se também missionários, como sublinham alguns
movimentos surgidos entre eles e para eles. Nesta perspectiva é que a solenidade do Pentecostes,
que assinala o início da missão da Igreja, é celebrada, em algumas comunidades, como “jornada
do sofrimento pelas Missões”» (Redemptoris Missio,78).
«Bernardete, depois de estar na Gruta, graças à oração, transforma a sua fragilidade em
apoio para os outros; graças ao amor, torna-se capaz de enriquecer o próximo e sobretudo
oferece a sua vida pela salvação da humanidade. O facto de a Bela Senhora lhe pedir para rezar
pelos pecadores lembra-nos que os doentes, os atribulados não abrigam em si mesmos apenas o
desejo de curar, mas também o de viver cristãmente a sua existência, chegando a doá-la como
autênticos discípulos missionários de Cristo».
É a «missão silenciosa no amor» - como santa Teresinha
Programa do SDM 2017-2018 – Movidos pelo Amor de Deus
01 Participação no Curso de Missiologia – última semana de Agosto 2017, em Fátima.
Participação nas Jornadas Missionárias em Fátima: 15, 16 e 17 Setembro 2017, envolvendo os
Assessores e Equipas Vicariais das Missões, os Grupos Missionários Paroquiais e dosInstitutos,
numa sintonia com as Visitas Pastorais às Vigararias.
02 Continuar a dinamizar, até chegar a todas as Paróquias, Escolas e Instituições da Igreja a
INFÂNCIA MISSIONARIA, antes e depois do Outubro Missionário 2017, com a Campanha
própria e os Mealheiros – Crianças Evangelizam Crianças. Dia Mundial da Infância Missionária
– 07 de Janeiro de 2018.
03 Participação mensal no Semanário diocesano Voz Portucalense, com um Artigo sobre a
dinamização missionária de toda a Igreja diocesana.
04 Celebração do Centenário da Morte de D. António Barroso: 09 de Setembro 2018.
05 Melhorar e divulgar a Plataforma Digital (Mail: missoesporto@gmail.com ; Facebook: facebook.com/missoes.porto; Blogue: missoesporto.wordpress.com) como espaço de
partilha
de todos os missionários da Igreja diocesana em missão ad gentes e dos Institutos
Missionários e afins na Diocese e testemunhos missionários.
06 A dinamização do Outubro Missionário 2017, envolvendo assessores e as Equipas Vicariais das Missões.
07 Uma Semana Missionária com os ANIMAG – Zona 2, na Vigararia de Felgueiras, de 09 a 15 de Outubro de 2017.
08 Vigília missionária diocesana – 30 de Outubro de 2017, 21,30h, na Catedral.
09 Assembleia diocesana dos Institutos Religiosos e Seculares (Superiores) com o Bispo – 02 de Dezembro de 2017, na Casa Diocesana de Vilar.
10 Festa das Missões e Envio de Missionários, Leigos ou Consagrados – 15 de Abril 2018, 15h, na Catedral. Envio das Equipas Vicariais das Missões, seguida de Animação Missionária, pelas
17h, no Seminário Maior da Sé. Sintonia com a Missão País.
11 Encontro dos Contemplativos com o Bispo – 21 de Maio de 2018, 14,30h.
12 Uma Semana Missionária com os ANIMAG – Zona 2, na Vigararia de Arouca/Vale de Cambra,
de 26 Fevereiro a 04 de Março 2018 (Parte I – Vale de Cambra).
13 Reunir duas vezes por ano com os assessores vicariais das missões.
14 Continuar a visitar as 22 Vigararias da Diocese.
15 Preparar um Curso Missionário, para a Região do Grande Porto, com a possibilidade de se
estender às restantes três Regiões Pastorais.
16 Apostar e apoiar a formação, consolidação e lançamento das Equipas Vicariais das Missões, acolhendo e integrando o que já existe. Cinco ou seis leigos/religiosos por Vigararia.
17 Promover uma articulação e aprofundamento com os Secretariados, especialmente da
Educação Cristã, da Pastoral da Saúde, da Pastoral Universitária e da Juventude, e com a
Missão País.
Especial atenção às Instituições formadoras da Diocese: UCP, CCC, Colégios e
Seminários
e todos os Institutos Missionários na Diocese.
18 Avançar com a Vanguarda Missionária, envolvendo doentes/idosos, menos válidos, reclusos,
pessoas de boa vontade, também os Institutos de Clausura.
Datas no calendário diocesano
01 Jornadas missionárias em Fátima: 15, 16 e 17 de Setembro de 2017.
02 Semana Missionária Vicarial com os ANIMAG – Zona 2, na Vigararia de Felgueiras, de 09 a 15
de Outubro de 2017.
03 Dia Mundial das Missões – 22 de Outubro de 2017.
04 Vigília Missionária Diocesana – 30 de Outubro, 21,30h, na Catedral.
05 Assembleia Diocesana dos Institutos Religiosos e Seculares (Superiores) com o Bispo – dia 02
de Dezembro de 2017, das 09 às 13h, na Casa Diocesana de Vilar.
06 Dia Mundial da Infância Missionária – 07 de Janeiro de 2018.
07 Semana Missionária Vicarial com os ANIMAG – Zona 2, na Vigararia de Arouca/Vale de
Cambra, de 26 de Fevereiro a 04 de Março de 2018 (Parte I – Vale de Cambra).
08 Festa das Missões e Envio de Missionários, Leigos ou Consagrados – 15 de Abril, 15h, na
Catedral. Envio das Equipas Vicariais das Missões, seguida de animação missionária, pelas 17h.
09 Encontro dos Contemplativos com o Bispo diocesano – 21 de Maio, 14,30h.
«Igreja do Porto:
vive esta hora, que te chama, guiada pelas mãos de Maria,
a ir ao encontro de Cristo e
a partir de Cristo a anunciar com renovado vigor e acrescido encanto
a beleza da fé e a alegria do Evangelho.
Viver em Igreja esta paixão evangelizadora é a nossa missão.
A vossa e a minha missão».
(D. António Francisco, Fátima, 09-09-2017, na Peregrinação diocesana com o Lema: Com Maria
– Igreja do Porto, Peregrina e Missionária).
Alípio Germano do Couto Bessa Barbosa
Director do SDM
In:
IGREJA PORTUCALENSE – Boletim da Diocese do Porto
Ano 15/ – N. 45/ – 2.ª Série/ – Set – Dez 2017, pp 131 a 143